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domingo, 11 de dezembro de 2011

FALAR DE A. TITO FILHO

Falar de A. Tito Filho é uma tarefa prazerosa, mesmo nesse momento de tristeza que já foi cumprida, aqui e alhures, por autoridades literárias, como o escritor catarinense Theobaldo Jamundá em sua obra "A. Tito Filho Incomparável" (Florianópolis, Indústria Gráfica e Editora Canarinho Ltda., 1991). Falar de A. Tito Filho é abordá-lo em diversos aspectos, principalmente no do A. Tito Filho professor - de Organização Social e do Brasil, de Estudos Sociais, de Sociologia Educacional da Escola Normal de Teresina, de Língua e Literatura Portuguesa da antiga Faculdade Católica de Filosofia do Piauí, de Língua e Literatura Portuguesa do Liceu Piauiense, de Língua Vernacular Jurídica da Escola Superior de Magistratura do Piauí; Jornalista - de "Libertação", no Rio de Janeiro, do "Estado do Piauí", do "Jornal do Comércio", de "O Piauí", do "Jornal do Piauí", colaborador de "O Dia" e de "O Estado", organizador e editor da Revista da Academia Piauiense de Letras e de muitos outros jornais e revistas; escritor - escreveu, dentre outros, trinta e seis livros (deixou trabalho inédito), como historiador, cronista, poeta, filólogo, lexicólogo, biógrafo, geógrafo, humorista, pesquisador, sociólogo, jurista, crítico literário etc., o que o projetou nacionalmente e lhe permitiu, há mais de vinte anos, ingressar na Academia Piauiense de Letras, entidade que presidiu por vinte e dois longos anos; e baluarte da cultura piauiense - além das inúmeras obras e artigos que escreveu, possibilitou a ascensão de um sem número de autores jovens, organizou e revisou uma infinidade de trabalhos, revistas e jornais, incentivou autores já consagrados a continuarem escrevendo e publicando obras, o que fez a literatura piauiense crescer enormemente, dando à Academia Piauiense de Letras um lugar privilegiado no cenário cultural brasileiro, como instituição das letras das mais atuantes deste país. Como Secretário de Educação e Secretário de Cultura, lutou incansavelmente em favor da cultura e da educação do povo do Piauí, das artes e letras desta terra, destacando-se, por imprescindível, seu grande trabalho junto ao Theatro 4 de Setembro, promovendo as artes cênicas, plásticas e cinematográficas e propagando a cultura de todos os gêneros e matizes. 

Mas falar da vida de A. Tito Filho é dizer, acima de tudo, que ele era um homem que amava a vida, amava o próximo, amava Teresina, o Piauí, o Brasil... a humanidade. Amava o povo, o povo pobre e miserável, que o fazia, muitas vezes, sofrer, por não aceitar tão indignante situação, para ele facilmente resolúvel, caso a ambição e o egoísmo humanos fossem contidos.

Falar de A. Tito Filho não é somente falar de suas brilhantes qualidades de exímio orador que era, nem tampouco, de suas comendas, medalhas, títulos e inúmeros cargos que conquistou, por competência, no decorrer da vida, mas é, sobretudo, falar de uma autoridade, no conceito arendtiano, respeitada naturalmente, sem arrogância e sem violência, pelo respeito que os homens espontaneamente sentem por ela.

Falar de A. Tito Filho é ressaltar a sua simplicidade, a sua honestidade, a sua humildade, a sua bondade, o seu amor ao próximo.

Falar de A. Tito Filho é acentuar a sua capacidade trabalho, o seu amor pela Academia Piauiense de Letras, o seu gostar de escrever, que ele tanto reclamava, nos últimos instantes de vida, não poder fazer mais, mas que fez até quando não mais pôde.

Falar de A. Tito Filho é realçar a sua dignidade, que lhe dava o direito de ser amado por muita gente, e é, outrossim, realçar a sua capacidade de amar, de amar o semelhante, de nutrir por ele um profundo sentimento, sentimento reservado aos homens evoluídos, chamado de alteridade, revelado na sua grande capacidade de autosignificar-se através dos outros.

Por tudo isso, falar de A. Tito Filho é um orgulho, é alegria, é prazer; prazer de tê-lo tido conosco, de ter podido circundar o seu existir e, muito mais do que isso tudo, de termos podido autosignificar-nos através dele, que tanto amor nos deu.

OBRAS DE A. TITO FILHO

1. Combustível e Alimento - 1951

2. O Problema Social da Infância - 1952

3. Da Atualidade do Latim Vulgar - 1958

4. Estudo do Vocabulário da Lira Sertaneja - 1972 e 1988

5. Viagem ao Dicionário - 1º Volume - 1972

6. Esmaragdo de Freitas, Homens e Episódios (antologia comentada) - 1973

7. Deus e a Natureza em José Coriolano (antologia comentada) - 1973

8. Zito Batista, o Poeta e o Prosador (antologia comentada) - 1973

9. Lima Rebelo,o Homem e a Substância (antologia comentada) - 1973 e 1985 (2 edições)

10. Notas e comentários à "Cronologia Histórica do Piauí", de Pereira da Costa - 1974

11. Teresina Meu Amor - 1973, 1974 e 1991 (3 edições)

12. Governos do Piauí - 1974, 1975 e 1978 (3 edições)

13. Notas e Comentários à "Guerra de Fidié", de Abdias Neves - 1974

14. Gente e Humor - 1974, 1975 e 1978 (3 edições)

15. Praça Aquibadã, Sem Número - 1975

16. Sermões aos Peixes - 1975

17. Teresina, Ruas, Praças, Avenidas e Roteiro Turístico - 1976 e 1986 (2 edições)

18. Crônica da Cidade Amada - 1977

19. Carnavais de Teresina - 1978

20. A Igreja do Alto da Jurubeba - 1978 e 1986 (2 edições)

21. José de Freitas, Comunidade Exemplar - 1978

22. Sua Excelência o Egrégio - 1978 e 1991 (2 edições)

23. A Augusta Casa do Piauí / O Poder Legislativo do Piauí - 1978 e 1990 (2 edições)

24. Memorial da Cidade Verde - 1978

25. O Piauí no Congresso Nacional - 1980

26. Chico´s Bar a Solução (estudos de anglicismo/Anglo-Norte Americanismos no Português do Brasil - 1982 e 1986 (2 edições)

27. Um Manicaca - Documento de uma Época - 1982 e 1985 (2 edições)

28. Matias Olimpio - Pensamento e Ação

29. Teresinando em Cordel - 1982

30. Viagem ao Dicionário - 2º volume - 1983

31. Mais sermões aos Peixes - 1984

32. Poesia e Prosa - Jônatas Batista - (antologia comentada) - 1985

33. O monumento do Jenipapo - 1989 (em co-autoria com o Pe. Joaquim Chaves)

34. Liceu Piauiense - Memória Histórica e Sentimental - 1989

35. Crônicas - 1990

36. Obra inédita, dedicada à Dona Delci Maria Tito

Raimundo Itamar Lemos Fernandes Júnior, 30/06/1992, Jornal O Dia