Outro dia, neste pedaço de jornal, escrevi sobre sacerdotes católicos que prestaram devotados serviços a Teresina, os que eu conheci e os que viveram antes de mim. Depois dei-me uns bons cocorotes, pois me esqueci do padre José Luiz Barbosa Cortez, humilde, alma cristã boníssima, inteligente e culto. Foi meu colega no magistério do Colégio São Francisco de Sales.
Na história da Academia Piauiense de Letras existem ilustres ministros de Cristo, como Dom Avelar Brandão Vilela, Cirilo Chaves Soares Carneviva, Raimundo Alves da Fonseca, Joaquim Sampaio Castelo Branco e Leopoldo Damasceno Ferreira, para citar os mortos. Dos três primeiros escrevemos aqui algumas linhas. Agora sobre os dois últimos.
Joaquim Sampaio Castelo Branco nasceu no antigo Livramento, hoje José de Freitas (PI), em 1860. Faleceu no Rio, 1892. Presberito da diocese do Maranhão. Doutor em Direito Canônico pela Academia Pontifícia de Santo Apolinário, Roma. Bacharel em teologia pela Universidade Católica de Paris. Professor de francês do Liceu Maranhense. Jornalista, fundou, em São Luís , "O Mensageiro", que tanto se distinguiu na defesa da libertação dos escravos. Excelente orador sacro. Publicou "O padre deve ser casado?", em que estuda exaustivamente o assunto, quer do ponto de vista histórico, apologético e teológico, quer do ponto de vista político, filosófico e social.
Leopoldo Damasceno Ferreira nasceu em Oeiras (PI), 1857, e faleceu em São Paulo , 1906. Doutor em cânones (1884), depois de proveitoso tirocínio no Seminário de Saint-Sulpice de Paris. Visitou a Suíça e a Itália. Domiciliou-se no Maranhão, em cuja capital exerceu o magistério de latim e francês do Liceu Maranhense, diretor do Seminário das Mercês e deputado estadual de 1899 a 1900. Jornalista, deu colaboração a ilustrados jornais de São Luís, entre os quais "Pacotilha". Orador de inestimáveis virtudes, poeta, grande batalhador em prol do credo católico. A seu respeito escreveu Clodoaldo Freitas: "Foi, nestes últimos tempos, o campeão de teologismo entre nós, e bateu-se, pela imprensa, em defesa do credo católico com a louçania de um convencido. Sustentou polemicas acres e veementes, demonstrando sempre copiosa e larga cultura. Distinguiu-se como orador sagrado, como jornalista e os íntimos o denunciavam também como um poeta de inspiração e sentimento. Tinha coração de patriota para amar a pátria, sentir suas dores e suas alegrias. Era uma rara exceção entre o clero brasileiro, tão diferente do clero de outrora".
A. Tito Filho, 17/06/1988, Jornal O Dia.
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