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sexta-feira, 12 de março de 2010

Jorge Velho

Um documento transcrito por Pereira da Costa afirma que Domingos Jorge Velho e seus soldados haviam erigido para morada e habitação o rio Potingh, que quer dizer rio ou água dos camarões, e o rio Parnaíba, e neles tinham feito suas povoações, com suas criações e lavouras.

E mais: que eles desceram para a guerra dos Palmares, largando terras, povoações, criações e lavouras.

Barbosa Lima Sobrinho contraria o documento para dizer: “Todavia, a documentação da época vem, uniformemente, afirmar que, em 1687, Domingos Jorge Velho e sua gente foram de São Paulo para os Palmares”. E passa a citar documentos:

a) patente de governador de um terço de infantaria passada a favor de Domingos Jorge Velho, que vai à conquista dos bárbaros do Rio Grande. Documento de 1688, imediato aos fatos arguidos.

b) o governo geral destacava que, para a Velho se abalou da Vila de São Paulo.

c) Domingos Jorge Velho encontrava-se pelejando nos Palmares em meados de 1692. A fase final da luta foi em 1696.”

Pondera Barbosa Lima Sobrinho:

“Domingos Jorge Velho não se afastou mais das habitações que levantaria para maior segurança de sua missão guerreira.

Estabeleceu-se com arraial na região em que existe, atualmente, a cidade de Atalaia, à margem esquerda do rio Parnaíba, no Estado de Alagoas.

Há notícias de que vivia ainda em 1702. Sua morte deve ter ocorrido entre esse ano e o de 1704”.

Barbosa Lima Sobrinho anota depoimento segundo os quais Domingos Jorge Velho partiu de São Paulo para os Palmares, e não do Piauí: 1) trecho de carta de Matias da Cunha, governador-geral do Brasil, de 13/10/1688, 2) carta do governador-geral dom Manuel da Ressurreição, 3) patente em que Antônio Cubas, irmão e auxiliar de Domingos Jorge Velho, foi provido no posto de coronel do terço paulista (“Porquanto o coronel Antônio Cubas me enviou a representar que viera da vila de São Paulo, pelo sertão, com que o governador Jorge Velho à conquista dos Palmares...”, 4) carta do governador-geral Câmara Coutinho e outros.

A. Tito Filho, 02/03/1989, Jornal O Dia. 

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