Não conheci Antônio Chaves, um dos fundadores da Academia Piauiense de Letras, nascido e morrido em Teresina (1882-1938). Alto funcionário público estadual. Fez parte de "Almas Irmãs", versos, com Zito Batista e Celso Pinheiro. Publicou "Poemas da Mágoa", em que reuniu as suas melhores produções, e outro de poesias também, denominado "Nebulosas". Espontâneo. Escrevia trovas artísticas. O crítico Edison Cunha acentuou que ele era cintilante, com muito espírito prático. Cultivou ainda o jornalismo.
Alcides Freitas nasceu em Teresina (1890) e faleceu em Campo Maior (PI) em 1913, aos 23 anos. Doutor em medicina, com defesa de tese, pela Faculdade da Bahia. Colaborou em vários jornais e revistas. Obras: "Da lágrima", estudo de fisiopsicologia; "Alexandrinos", sonetos, de parceria com o irmão Lucídio Freitas; e as aplaudidas conferências "Álvares de Azevedo", "A tesoura" e "A infância".
Prosador cintilante, prendia os auditórios com palavras fácil e sonora. Poeta sobretudo, completo, moderno. Assombroso era o verso, da forma que o definiu Mário Pederneiras. Estilo elegante, harmonia de conjunto, rimas novas, artista verdadeiro.
Pedro Borges da Silva era de São João do Piauí (1890). Faleceu no Rio de Janeiro, 1965. Ocupou elevadas posições em três governos piauienses como secretário. Deputado federal e juiz federal. Na segunda capital da República participou do Tribunal de Segurança Nacional com o título de ministro. Jurista jornalista, grande tribuno e poeta de muito mérito. Alma lírica, esteta, torturado da forma.
Joaquim Ribeiro Gonçalves teve nascimento em Regeneração (1855) e falecimento no Rio de Janeiro (1919). Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife. No Piauí, exerceu a magistratura e foi o primeiro procurador geral do Estado quando se criou o Tribunal de Justiça, em 1891, e como vice-governador esteve cerca de três meses no governo na ausência do titular. Fazendeiro no Maranhão, elegeu-se deputado estadual no vizinho Estado. Novamente no Piauí, foi eleito deputado federal e senador ao mesmo tempo, escolhendo o último mandato, com reeleição em 1917. Jornalista e orador parlamentar de grande conceito. Projetou-se na qualidade de poeta, publicando "Vislumbres", "Mártires da Vitória" e "Emancipação", este último na defesa da liberdade dos escravos.
A. Tito Filho, 26/07/1988, Jornal O Dia.
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