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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

LIVROS

Quais são as grandes questões da literatura contemporânea americana? No romance, a ficção étnica e metaficção estão em conflito permanente, mantendo suas características e seus públicos distintos. No teatro, o retorno ao gestual, ao ritual e à mímica revigoram a dramaturgia. E a poesia busca falar mais simples e diretamente a um público cada vez maior.

Tendo como pano de fundo o panorama sempre móvel da vida nacional americana, A Literatura Americana Pós-1945 realiza uma importante revisão das tendências e movimentos literários nos últimos quarenta anos, focalizando não apenas os grandes nomes, mas também os autores significativos, mas menos populares. Mais de trezentos romancistas, poetas e dramaturgos, aqui estudados, entre eles Saul Bellow, Tennessee Williams, Eugene O'Neill e Arthur Miller.

Robert F. Kiernan é o autor de um estudo profundo sobre Gore Vidal e colabora para a "Encyclopedia of World Literature in the 20th Century", da Editora Ungar, da qual é consultor sobre literatura americana. Professor de inglês e de literatura mundial na Manhattam College, publica artigos em importantes publicações literárias.

Yvonne R. de Miranda marcou o ano de 1986 com um original livro sobre as excursões internacionais, que agradou plenamente pela franqueza e espírito com que expõe esse tipo de  viagem, fugindo aos depoimentos habituais. Agora, em 1987, volta ao gênero contos com O CALÇÃO VERMELHO. E, mais uma vez, a escritora se impõe pela facilidade com que liga o seu leitor aos dramas das suas personagens, fazendo-o o vibrar com suas alegrias ou frustrações mesmo quando não se identifique com elas. É a vida alí ao nosso alcance, como se vista de uma janela. Mesmo o marginal de "O Calção", por um momento, consegue transmitir ao leitor um elo de compreensão humana, suavizando a repulsa pela figura do assaltante, tão temida e odiada atualmente.

Como Machado de Assis e outros grandes escritores, Yvonne R. de Miranda fotografa a sua época com grande fidelidade e a criatividade que se faz necessária para prender permanentemente a atenção do leitor.

A autora iniciou a sua carreira literária através do conto. Premiada em concursos da "Revista da Semana" e de "A cigarra", seu primeiro livro ONDA RUBRA, foi de contos.

Elói Pontes, na época o colunista literário de "O Globo", previu para a estreante sucesso no gênero, destacando seu estilo de marcante atualidade, assim como a facilidade da nova contista de retratar os sentimentos do povo.

Ela escreveu quatro romances, e livros de memórias, mas permaneceu uma grande contista. A vida palpitando em suas histórias, até em seus mini-contos, todos marcados pela valiosa característica do bom contista de condensar em poucas páginas momentos culminantes de cada vida. Excelentes flashes, onde transparecem seus vinte anos de jornalismo.


A. Tito Filho, 21/07/1988, Jornal O Dia.

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