Foi das mais sangrentas a batalha do Jenipapo, às margens do rio do mesmo nome, em Campo Maior , dia 13/3/1823. Embora vitorioso, Fidié viu-se obrigado a seguir para Caxias, baluarte português. Três meses o comandante português resistiu ao cerco de seis mil brasileiros, comandados por Filgueiras e Sousa Martins: "Resisti - diz ele - até o último apuro, tirando do campo inimigo, a ponta da baioneta, os víveres, precisos para sustentar a minha tropa, cheia de fadiga". Manuel de Sousa Martins havia proibido gado para o Maranhão.
A Independência no Piauí e no Maranhão - salientou Hermínio Condé - é uma epopéia que não encontra similar em qualquer das campanhas emancipadoras dos povos americanos.
Em 1973, o governador Alberto Silva homenageou, com as forças armadas, no local do combate do Jenipapo, a memória dos que alí se sacrificaram, 150 anos atrás. No seu discurso, lembrou o governante a lição correta: "Fidié fora mandado ao Brasil para compor, com os outros militares portugueses destacados no norte, o dispositivo que garantiria a Portugal o domínio de tão vasta porção do brasileiro. Dominadas pelos portugueses as fazendas de criar do Piauí, estariam independentes baianos privados de suprimento e de tão vital suprimento estariam igualmente privados as demais províncias. É fácil entender a importância, para a coroa portuguesa, de fazer abortar, ou de esmagar a ferra e fogo, o movimento dos independentes no norte do pais, onde quer que se manifestasse."
A respeito da batalha do Jenipapo manifestou o governador que nela "os nossos ancestrais, lutando, sofrendo e morrendo, decretaram e selaram definitivamente a derrota das armas e das ambições portuguesas, em relação ao norte do Brasil."
É necessário lembrar que no sul a independência foram aplausos e festas. No norte, fome e sangue. A batalha do Jenipapo decidiu a unidade brasileira.
A. Tito Filho, 10/03/1989, Jornal O Dia.
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