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segunda-feira, 12 de julho de 2010

POESIA E FICÇÃO

* Júlio Antônio Martins Vieira nasceu nesta adorável Teresina, no ano de 1905. Ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, transferindo-se para Porto Alegre. Deixou a carreira militar por virtude das rebeliões tão comuns nesse conturbado tempo da politica nacional, e voltou à terra natal. Um dos fundadores do Cenáculo Piauiense de Letras, prestigiosa instituição de intelectuais fundada na década de 20 e que teve curta duração. Professor de várias disciplinas em estabelecimentos de ensino secundário da capital piauiense. Mestre acatado dos estudantes, deu tudo de si ao magistério. Jornalista combativo e corajoso, ilustrou as colunas de jornais e revistas de Teresina. Utilizava-se quase sempre do humorismo à inglesa para o ataque aos adversários. Conferencista. Cultivava deliciosa e fina ironia. Das mais notáveis vozes da poesia piauiense, mereceu elogiosos conceitos de Menotti Del Picchia. Escrevia com profundo respeito à correção da linguagem e a propriedade estilística. Alguns autores lhe definiram o talento literário.

Mário Baptista disse dele que sabia escrever como poucos em prosa e verso. Vidal de Freitas via nos seus escritos uma suave harmonia.

Escreveu "Getuliadas", critica a ditadura de Getúlio Vargas, versos camonianos publicados na imprensa, "A Ceia dos Sovelas" (teatro), paródia, e "Canto da Terra Mártire", obra épica, de profundo telurismo, à qual se juntou algumas de suas melhores análises literárias.

Faleceu em 1984, capital piauiense.

* Jonas Fontenele da Silva. Nasceu em Parnaíba (PI), 1880, e faleceu em Manaus, 1947. Diplomou-se em odontologia. Na capital do Amazonas exerceu o jornalismo e cargos de relevo. Publicou três livros de poesias, denominados "Anfora", "Ulanos" e "Czardas". Simbolista de versos às vezes iconoclastas. Poemas brilhantes, com variação de cor e de beleza dos grandes poetas. A morte ocupou lugar primacial na obra de Jonas.

* Amélia de Freitas Bevilaqua. Nasceu em Jerumenha (PI), 1861, e faleceu no Rio de Janeiro, 1946. Foi casada com o grande jurisconsulto Clóvis Bevilaqua. Cultivou o jornalismo escrevendo crônicas. Dedicou-se sobretudo a compor romances e contos. Entre outras obras, publicou "Alcione", "Silhuetas", "Angustia", "Vesta", "Açucena", "Jeannette". Estilo de encantadora simplicidade.


A. Tito Filho, 05/11/1988, Jornal O Dia.      

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