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domingo, 6 de junho de 2010

COMÉRCIO ANTIGO

Em 1860, a imprensa de Teresina dava publicidade de ceroulas de linho e relojoaria. Três anos mais tarde já se vendiam jóias de ouro. As modas de Paris parece que chegaram em 1868, época em que se introduziam escarradeiras de porcelana nas residências de luxo. Talvez a venda de piano e de brins de Hamburgo seja de 1877. Vimos noticias de restaurante público em 1876, dum sujeito chamado José Pico.

"Por volta de 1880 - informa Monsenhor Joaquim Chaves - os principais estabelecimentos comerciais de Teresina eram os seguintes: o Mundo Elegante, a Loja Francesa, a Loja Brasileira, o Bon Marché, o Bazar do Luisinho, o Bazar 24 de Janeiro, a Loja do Macário, a Loja da Viúva Santana, a Livraria Econômica, a Drogaria Imperial”.

Parece-nos que a vitrola marca Victor e discos começaram a ser vendidos em Teresina aí por 1912. Preço de 80$000 a 600$00. Representante: A. Carvalho & Cia., Praça Saraiva, nº 4. Temos que a venda a prestações (semanais ou mensais) teve início com esses antigos aparelhos de reprodução do som gravado.

No romance "Um manicaca", Abdias Neves faz referencia ao comércio de Teresina nos últimos tempos do século XIX: "Aqui e ali estavam lojas abertas e caixeiros derreados nos balcões, sem fazer nada, à espera do toque libertador das nove horas. Poderiam, então ir tomar parte, também, nas festas. Não nas do culto - que terminavam, a essa hora, com a retirada da música da Polícia; mas nas festas profanas dos botequins, onde a graça das prostitutas em moda cintilava até ao amanhecer, na desenvoltura e nos entusiasmos de uma embriaguez sem fim".

Essas lojas de antigamente se abriam às sete da manhã e se fechavam às nove da noite.

Quando, de Barras (PI), viemos morar na capital, minha família e eu, o horário se havia modificado. E em 1933, abril, o decreto nº 22, do prefeito Luís Pires Chaves, adotou o seguinte regime para o funcionamento das casas comerciais: zona norte, das 8 às 12 e das 14 às 18; zona sul: das 7 às 11 e das 13 às 17.

Bons tempos de uma Teresina pitoresca.

A. Tito Filho, 03/12/1988, Jornal O Dia.

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