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sábado, 19 de junho de 2010

LILIZINHA

Pais: Heitor Castelo Branco e Emilia Leite Castelo Branco. Não é piauiense de nascimento, mas no Piauí se integrou desde criança. Residiu alguns anos em Belém. Alta funcionária da Secretaria de Educação, dirige com proficiência a Casa Anísio Brito (Museu Histórico e Arquivo Público do Estado) em Teresina. Pertence ao Conselho Estadual de Cultura do Piauí.

Colaborou na imprensa do Rio de Janeiro ("Diário Carioca") e colabora frequentemente na de Teresina, assinando artigos de crítica literária, de incentivo às letras, de análise de fatos da coletividade. Jornalisticamente, tem linguagem de muita simplicidade.

Muito nova escreveu contos e um deles mereceu prêmio da revista carioca "Vida Doméstica".

Dedicou-se à ficção e três romances já saíram de sua lavra: "Sinhazinha do Karnak", "A Mendiga do Amparo", "Quinze Anos depois", recebidos com entusiasmo pelos críticos de literatura. Capítulo do primeiro dos citados livros teve acolhida em obra didática, tal a delicadeza do estilo e a fidelidade na descrição das paisagens. Seu último romance tem o nome de "O Juramento".

De muita profundidade psicológica é o seu "A Mendiga do Amparo", da forma que acentua o acadêmico J. Miguel de Matos. Da "Sinhazinha de Karnak" disse Isabel Vilhena, com muita acuidade, que pode figurar ao lado da "Senhora de Engenho", de Mário Sette, e de "A Morgadinha dos Canaviais", de Júlio Dinis.

Lilizinha Carvalho, como é mais e muito conhecida, dispõe, realmente, de muitas virtudes para a composição do romance. Narra com delicadeza, observação atenta, delineia bem os tipos, tem grande fidelidade às paisagens físicas e humanas e muita atenção ao tempo em que se desenrolam os seus romances. Não exagera as histórias que conta, porque antes de tudo parece que os episódios foram presenciados pela sua agudeza de percepção. A linguagem não aparece, momento algum, enfeitada. Antes, delícia pelas expressões justas e necessárias à compreensão da narrativa e do dialogo.

Chamou-se Emília Castelo Branco de Carvalho. Faleceu em 15 de outubro de 1980.


A Tito Filho, 13/10/1989, Jornal O Dia.

   

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