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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PEDRO E PAULO

As coletividades católicas festejam os santos Pedro e Paulo, mártires da fé, ambos mortos num 29 de junho do primeiro século, ao tempo das cruéis perseguições aos que acreditavam no Cristo. Pedro foi sacrificado de cabeça para baixo, a Paulo concederam a decapitação.

Manifestações festivas a 29 de junho partem da alma popular, mormente dedicadas ao guardião das chaves do céu, o primeiro papa, fundador da Igreja, o pescador, o Simão da Galiléia, humilde e simples. Crêem nele os modestos e os pobres, os desprovidos de luxurias, pedem-lhe graças os que almejam tranqüilidade.

Viúva, a mãe do célebre porteiro celestial, viva de terra, desvalida, e disto provém a crença de que a viuvez encontra proteção no chefe dos apóstolos. São Pedro tem ainda o título de patrono das grávidas e a elas oferece a esperança do bom parto.

Estudiosos atestam a existência de um ciclo de ESTÓRIAS, de poesias, de crenças, envolventes do nome desse santo querido de Jesus. Em redor dele vigora um anedotário de muito espírito, saído da inteligência do chaveiro. Tornaram-se conhecidas as suas decisões à entrada dos céus, sempre sagaz contra a esperteza dos vigaristas desejosos de penetrar, por subterfúgios, no sagrado recinto. O juiz do ingresso dos bons e da recusa dos maus alcançou popularidade, e São Pedro se fez o melhor advogado dos que fecham os olhos a este mundo.

O povo acha que São Pedro desfruta de grande prestígio junto a Cristo, tanto que se invoca o apoio e a solidariedade do padrinho, cheio de bondade, para a solução de aflitivos problemas pessoais, como se ele, discípulo dileto, chefe dos apóstolos, fosse o substituto eventual nas horas de repouso do Mestre infalível.

A simplicidade de São Pedro, as humildes origens de sua vida, o trabalho que desempenhava como pescador nos mares da Galiléia, fizeram do porteiro e juiz da entrada nos céus um eleito de Deus de invulgar popularidade, daí o motivo de viver no apreço geral, sobretudo na estima dos pobres, dos sem grandeza, contemplados apenas das riquezas da fé, resignados, mas esperançosos do valimento do santo.

Desse prestígio na plebe não goza São Paulo, o maior apóstolo do Cristianismo, aquele que deslumbrado da visão do Cristo subindo aos céus, perto de Damasco, a visão do episódio da ascensão, o episódio que o converteu às graças dos mandamentos divinos, e fê-lo difundidor da fé e intérprete dos ensinamentos de Jesus.

OBSERVAÇÃO. Faz uns quatro dias publiquei neste espaço um artigozinho modesto intitulado MÁRIO JOSÉ. Esqueci de dizer que escrevi sobre meu inesquecível professor MÁRIO JOSÉ BAPTISTA, um dos mais brilhantes exemplos de que a vida deve ser amada e cada um de nós tem a obrigação de fazê-la alegre, feliz, digna de ser vivida. Como? Abdicando da maledicência, da inveja, dos ódios gratuitos e perversos, das malquerenças, da covardia, das fraquezas impuras... assim como viveu entre os homens MÁRIO JOSÉ BAPTISTA.


A. Tito Filho, 01/07/1988, Jornal O Dia.

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