Nasceu na cidade de União (PI) a 26-8-1896. Pais: Augusto Everton e Silva (magistrado) e Eva Gaspar Tobler e Silva, filha de João Gaspar Tobler, de nacionalidade suíça, residente em Amarante (PI).
Estudos primários com o pai, em Colônia, hoje Floriano (PI), que alí mantinha uma escola noturna - a escola São Vicente de Paula. Depois, aluno do Colégio Diocesano e do Liceu Piauiense, em Teresina. Em 1920, prestou concurso para telegrafista. Classificado em 2º lugar e nomeado, passou a exercer as funções em Fortaleza e aí se matriculou na Faculdade de Direito, formando-se a 11-8-1927 - Turma do Centenário da Fundação dos Cursos Jurídicos no Brasil (11-8-1827). Já casado com Maria do Carmo Ribeiro e Silva, de ilustre e tradicional família cearense, deixou a carreira telegráfica, passando ao exercício da promotoria pública de Cascavel, depois de Russas, ambas do Ceará. Em 1929, juiz municipal na comarca de Massapê (CE). Juiz de Limoeiro (hoje Limoeiro do Norte), onde fundou colégio com aulas matutinas (para o sexo feminino), vespertinas (rapazes) e noturnas (comerciantes e lavradores).
Ano de 1931, atendendo a apelo do pai desembargador Augusto Everton e Silva, voltou ao Piauí. Nomeado juiz de direito de Jaicós, aí fundou o colégio Padre Marcos. Foi juiz também nas seguintes comarcas piauienses: Piripiri, Uruçuí, Castelo (hoje Castelo do Piauí), Jaicós (segunda vez) e Floriano - e nesta última exerceu o magistério no Colégio Santa Teresinha. Princípio de 1954, aceitou o juizado da 1ª vara cível de Teresina. Em 1956, subia ao mais alto posto da magistratura estadual, como desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí, cargo em que se aposentou, em 1966, ao atingir a idade-limite de 70 anos.
Na capital do Piauí foi acatado mestre, nos seguintes educandários: Ginásio Leão XIII, Colégio Sagrado Coração de Jesus, Escola Normal, Colégio Estadual do Piauí, Ginásio Demóstenes Avelino e, de 1959 a 1966, da Faculdade de Direito do Piauí, como catedrático de Introdução a Ciência do Direito.
Atividades jornalísticas: fundador e redator-chefe do "O Município", na cidade de Cascavel (CE), ano de 1928. Em Fortaleza, ainda acadêmico, colaborou na Revista da Faculdade de Direito do Ceará e nos jornais "Gazeta de Notícias" e "O Nordeste"; em Floriano, quando juiz, no órgão "Cidade de Floriano"; em Teresina, em "Jornal do Piauí". Durante 13 anos presta colaboração ao "Estado do Piauí", da capital piauiense.
Logo depois de aposentado, transferiu residência para Fortaleza - e na capital cearense, entre 1968 e 1971, com artigos de crítica literária, colaborou nos jornais "O Povo", "Unitário" e "Correio do Ceará".
As revistas da Academia Piauiense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí agasalham brilhantes produções de Fernando Lopes Sobrinho.
Obras publicadas: "Padre Marcos, um Missionário do Bem" e "O Direito e a Equidade" (Tese).
Jurista, jornalista, poeta, ingressou na Academia Piauiense de Letras em 1967; deu ao jornalismo uma fórmula nova, jovial de criticar e de julgar, e mostrou que o jornalismo é, antes de tudo, arte essencial, que reclama dons divinatórios do espírito. No seu jornalismo, há um permanente clima de humor - o humor dos ingleses - assim à moda de um Conteline. É que o sal do humor tem um substrato fisiológico, o sal das lágrimas, como acentuou Afrânio Peixoto.
Ao jornalismo uniu a atividade do professor. E educou os moços com fulgurante e acreditada cultura, baseando o ensinamento, sobretudo na compreensão da alma dos jovens, sempre sequiosos de ternura, de alegria, de liberdade. Sentiu que o amor é a base da educação - e destruiu todos os diques que separam mestres e discípulos.
Praticou a justiça que nasceu da cultura e da meditação, talvez do estudo e do sofrimento. A justiça de que todos os direitos vivem em função da sociedade.
Publicou "Enquanto as Trevas não chegam", [de] crônicas e crítica.
Chamou-se Fernando Lopes e Silva Sobrinho. Faleceu em Fortaleza, 1981.
A. Tito Filho, 30/06/1988, Jornal O Dia
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