Vitorioso o movimento popular de 1930, o Piauí ingressou no regime das interventorias. Durante alguns anos de firmaram duas grandes expressões do jornalismo piauiense - Artur Passos, que deu nova e brilhante orientação ao Diário Oficial, e Cláudio Pacheco, fundador de "O Tempo", em que se introduziu o serviço de reportagem, pela primeira vez, na imprensa de Teresina. O órgão dos poderes públicos tinha aspecto gráfico excelente e agasalhava noticiário telegráfico nacional, noticias locais de interesse coletivo, poesia e prosa, atos do governo e luminosas sentenças e acórdãos de juizes e do Tribunal de Justiça, abrilhantado ainda por seguras apreciações literárias, sobre livros e autores. O jornal de Cláudio Pacheco tinha feição moderna, bem redigido, amplamente noticioso, sem que deixasse de lado a política partidária e o teor educacional dos seus comentários. Dois grandes jornalistas - Artur e Cláudio - mereciam admiração e aplausos. Um deles, o segundo, alcançaria triunfos constantes nas pelejas intelectuais, constitucionalista famoso, poeta, romancista, ainda hoje projeta o Piauí nas altas esferas da República. O outro, falecido, deixou rica produção literária sobre homens e fatos de nossa terra.
Cláudio idealizou a primeira entidade "destinada a promover a união e estreitar os laços de solidariedade entre todos os jornalistas piauienses". A 31 de janeiro de 1933, em Teresina, de noite, reuniu-se ele a Frederico Schimitd, Leopoldo Cunha, Heráclito Sousa, Benedito Lemos, Álvaro Ferreira, Baurélio Mangabeira, Antônio Neves e Antônio Freitas, representando-se Ribeiro Gonçalves e Martins Napoleão – e deliberaram fundar uma sociedade de imprensa destinada à defesa dos que militavam na imprensa. Iniciava-se o jornalismo profissional, pois alguns repórteres e redatores já recebiam paga minúscula pelo trabalho desenvolvido, numa época em que ainda ao menos se sonhava com a legislação trabalhista.
O grêmio fundado teve o nome de Associação Piauiense de Imprensa, de que se aclamou diretoria provisória, constituída de Cláudio Pacheco (presidente), Heráclito Sousa (vice), Antônio Neves (1º secretário), B. Lemos (2º secretário) e Álvaro Ferreira (tesoureiro). Vivo, apenas o primeiro.
A prestigiosa API empolgou os jornalistas dessa brilhante fase da imprensa piauiense, sob liderança de Cláudio Pacheco, que a 18 de junho desse ano de 1993 propôs que se convocasse um congresso de jornalistas, "a fim de melhor intensificar o movimento associativo iniciado pela API e tornar mais eficiente a sua atuação como órgão defensor dos direitos e dos interesses e aspirações dos militares na imprensa".
Duradoura a atividade da Associação Piauiense de Imprensa, a que se filiaram os mais destacados jornalistas do Estado, da capital como do interior. Terminou os seus dias de triunfo com o retorno do Piauí às peiticas do partidarismo enervante e mais perverso do que nas épocas antigas.
A. Tito Filho, 13/04/1988, Jornal O Dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário