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sábado, 22 de maio de 2010

50 ANOS PASSADOS

Getúlio Vargas subiu ao poder na crise revolucionária de 1930. Governou ditatorialmente o País até que se votou a Constituição Federal de 1934, quando os constituintes o elegeram presidente da República para um mandato de quatro anos. Em 1935, houve os episódios comunistas de assalto aos quartéis e forjou-se o Plano Cohen, como de comunistas, mas na verdade criação de interessados num golpe contra o regime. Iniciou-se a caça às bruxas, com inquéritos por todos os recantos e prisões às pencas, inclusive do líder Luiz Carlos Prestes. No ano de 1937, três candidatos à presidência entusiasmavam o Brasil: José Américo de Almeida, paraibano, criador do romance regional com "A Bagaceira", advogado, ex-ministro da Viação, apoiado pelas forças situacionistas, à frente das quais o presidente Vargas; Armando de Sales Oliveira, o ex-governador de São Paulo, dono de popularidade irrecusável no seu Estado; e Plínio Salgado, escritor de formação totalitária, chefe nacional do integralismo brasileiro. Inflamados oradores os três, arregimentavam multidões na realização de comícios memoráveis. A 7 de setembro de 1937, Getúlio falaria aos brasileiros num bonito discurso de  despedida presidencial. Por trás das paredes do Palácio do Catete, porém, tramava-se o golpe, finalmente vibrado a 10 de novembro do mesmo ano. Encerraram-se as atividades do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereança. Outorgou-se ao País nova Constituição concebida e redigida pelo maquiavelismo de Francisco Campos. Mantinha-se no poder Getúlio Vargas, instituidor de feroz regime ditatorial, de perseguições, torturas e mortes, a cargo do carcereiro Felinto Muller.

Vários líderes nacionais foram expatriados. Esse estúpido regime contra os direitos humanos, de grandes malefícios impostos à nação sofredora e censura drástica, ruiu totalmente a 29 de outubro de 1945, com a graça de Deus. Getúlio retornaria ao poder em 1951, para matar-se no Palácio do Catete, com um tiro de revólver no peito esquerdo, a 24 de agosto de 1954.

A. Tito Filho, 12/11/1987, Jornal O Dia.

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