Há uma idéia generalizada, formativa e gravada de que o vácuo entre os países ricos e pobres se deve à exploração dos segundos pelos primeiros. Antes foi o colonialismo, depois, o neocolonialismo e, mais recentemente, através da dependência econômica. O patrulhamento ideológico não deixa nem que se analise, nem repense, o problema, quanto mais contestar o que se repete até nos areópagos internacionais, ditos neutros e sábios, como a ONU.
Mais uma vez, porém, a exceção confirma a regra. E hoje apresentamos aqui um contestador, Carlos Rangel, que rejeita terminantemente essa idéia, traçando o nascimento e a ascenção da "Ideologia Terceiro-Mundista" como uma espécie de socialismo de última geração, tornado necessário pela falência da profecia marxista original, a de que estaria iminente o colapso do capitalismo. A nova ideologia insiste que a salvação só virá através da revolução (sic).
Rangel explica a inconsistência do apelo emocional e, por isso, a erosão, provocada pela nova ideologia, não apenas no Terceiro Mundo, mas também entre os membros alienados de todo a sociedade ocidental.
De maneira equilibrada, justificada a cada passo, Rangel vai "digerindo" a propaganda neo-socialista e populista, angariadora de votos através de falsas promessas e mentiras.
O atraso do Terceiro Mundo tem razões mais profundas. Não basta reclamar. É preciso ter criatividade e firmeza para encontrar as melhores soluções para crescer.
Carlos Rangel é jornalista venezuelano, colaborador das maiores revistas internacionais dos Estados Unidos e da Europa. Seu livro mais famoso é "Latino-americanos: seu relacionamento de amor e ódio com os Estados Unidos". Também publicou "Marx Y Los Socialismos Reales".
A. Tito Filho, 01 de julho de 1989, Jornal O Dia.
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