MÁRIO FAUSTINO - Nasceu em Teresina, 1930. Estudos secundários em Belém, onde, aos 16 anos, começou a trabalhar no jornal "A Província do Pará", passando para a "Folha do Norte", como redator-chefe. Aí publicou as suas primeiras reproduções literárias. Fundou a revista "Encontro" e a Associação Brasileira dos Escritores do Pará. Em 1951, bolsista no Pomona College, Califórnia, Estados Unidos. Estagiou em jornais norte-americanos. Conhecia o inglês, o alemão, o francês, o italiano e o espanhol. Visitou a Europa em 1953. Professor de administração pública na Fundação Getúlio Vargas. Fixou residência no Rio de Janeiro em 1956. Trabalhou no Conselho Nacional de Economia. Realizou trabalho de interpretação para o Museu de Arte Moderna. Poeta e crítico de poesia, dirigiu o suplemento literário do "Jornal do Brasil", criando a página "poesia-experiencia". Foi membro do Departamento de Informações Públicas da Organização das Nações Unidas (1960), em Nova Iorque. Diretor-adjunto do Centro de Informações da ONU no Brasil. Designado para reportagens em vários países, sobre política internacional, viajou, em 1962, num jato, mas antes de aterrissar no aeroporto de Lima (Peru), o avião chocou-se com o pico de uma montanha, matando os seus 80 passageiros e 16 tripulantes. Tinha 32 anos de idade. Em 1955, publicou "O Homem e Sua Hora", com que renovou o sentido da poesia nacional.
A seu respeito já muito se escreveu. Paulo Francis falou do critico: "As críticas de Mário eram calcadas na visão do mundo de Ezra Pound a quem ele, sem exagero, quase idolatrava, mas tinham uma componente pessoal e intransferível, que, se desenvolvida, faria dele um critico de primeira ordem".
Benedito Nunes escreveu: "Amor e morte, tempo e eternidade, sexo, carne e espírito, vida agônica, salvação e perdição pureza e impureza, Deus e o homem passam e repassam, sob diferentes nomes e em diferentes situações, nos versos de O Homem e Sua Hora. Parece até que o livro inteiro é uma reflexão exaustiva que sempre retorna a esses temas preferenciais, com eles dando muitas voltas e enrolando-os numa meada de imagem, que a todos concentra e da qual todos podem ser retirados ao mesmo tempo, quando se puxa por um deles".
Salomão Chaib analisou-o em profundidade e concluiu: "Toda essa poesia experimental que deixou, como fonte inspiradora para novas criações, aí está, ainda por ser explorada, analisada e decifrada. E fonte rica de novos processos por onde o pensamento pode encontrar maneira mais nobre de expressão".
A. Tito Filho, 11/10/1989, Jornal O Dia.
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