Brevemente a Academia Piauiense de Letras estará lançando ao público piauiense a primeira biografia pormenorizada de Frei Heliodoro, o pobrezinho de Cristo, de imensos serviços prestados a Teresina. A história desse frade-santo, nascido em Inzago, na Itália, está bem contada por Frei Memória, tão amigo dos teresinenses.
O frade franciscano Heliodoro Maria de Inzago assumiu a direção da paróquia de São Benedito de Teresina por duas vezes: de 1939 a 1945 e de 1952 a 1956. Tive a satisfação de expressar os sentimentos dos teresinenses quando ele retornaria à sua distante Itália, onde morreu bem idoso e cujos ossos jazem no cemitério de Bérgamo.
Frei Heliodoro, o pobrezinho de Cristo, viveu em doação aos humildes, aos pequenos, aos sofredores. Socorria os miseráveis e confrontava os enfermos. Instituiu a distribuição semanal de comida aos famintos. Sentia as desigualdades nas mesmas criaturas de Deus, enquanto aos poucos praticavam estrionices, no mau uso dos dinheiros mal ganhos, e dissipavam lucros fabulosos indiferentes aos dramas sociais de dores e sofrimentos, milhões padeciam fome, andavam maltrapilhos, moravam em tugúrios desumanos. Ao frade virtuoso cabia o apelo aos ricos para que se lembrassem dos deveres cristãos de querer bem ao próximo, e conseguia, pela graça da fé, minorar as aflições dos deserdados.
Neste livro-ensinamento, outro frade sincero e bom, dedicado e justo, Antônio Kerginaldo Furtado da Costa Memória, o popular e simpático Frei Memória, que conviveu com os teresinenses de 1979 a 1981, num estilo agradável e simples, linguagem asseada e pura, conta a vida, os esforços e relembra os sentimentos magníficos de Frei Heliodoro, que mais do que ninguém ensinou humildade aos homens. No trabalho que ora se lê, existem as lições e os exemplos de fé, como se fossem uma ajuda à educação para a vida.
A. Tito Filho, 12/01/1990, Jornal O Dia.
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