Tinha o nome todo de Areolino Antônio de Abreu, nascido em Teresina, ano de 1965. Faleceu em União (PI), 1908. Doutor em medicina pela Faculdade da Bahia. Professor de português e matemática. Na capital piauiense desempenhou elevadas funções. Deputado provincial. Presidente do Conselho Municipal e do Tribunal de Contas. Vice-governador do Piauí. Na ausência do governador Álvaro Mendes para Parnaíba, assumiu o comando administrativo a 11 de dezembro de 1905, nele permanecendo até 2 de abril de 1906, quando teve oportunidade de criar o Asilo dos Alienados, que a plebe chamava de Asilo dos Doidos, depois denominado Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu. Com a morte de Álvaro Mendes a 5 de dezembro de 1907, assumiu definitivamente o governo para completar-lhe o mandato.
Adoentado, Areolino entra no gozo de licença por seis meses, concedida pelo Tribunal de Justiça, a partir de 1-1-1908, e transmitiu a chefia do Executivo ao Desembargador José Lourenço de Morais e Silva, presidente da Egrária Corte, em virtude de haver terminado o mandato do presidente da Assembléia Legislativa, o deputado Flávio de Sousa Mendes, que se julgou com o direito de assumir o governo. Na tarde do dia 6 de janeiro de 1908, instalou-se no palácio governamental, comunicou a todos que havia tomado posse e nomeou o major Evaristo Mendes para o comando da Polícia Militar. Em face de tais acontecimentos, que estiveram a ponto de abalar a ordem pública, Areolino de Abreu reassumiu a governança no dia 7 de janeiro de 1908. O deputado Flávio foi convidado a retirar-se do palácio por uma força policial comandada pelo alferes Gerson Edison de Figueiredo, que teve imediato atendimento.
Areolino de Abreu governou até 31 de março de 1908. Falecendo, tomou posse definitiva da administração o desembargador José Lourenço, que lhe completou o mandato até 1 de julho de 1908.
Como jornalista, Areolino teve brilhante atuação nos órgãos de imprensa de Teresina. Orador muito eloqüente. Poeta, deixou várias poesias esparsas, produzidas, segundo João Pinheiro, quase na sua totalidade, entre os anos de 1880 e 1882. Publicou GLICOSÚRIA, trabalho de medicina. O seu filho Wladimir de Abreu coligiu e publicou-lhe as peças oratórias sob o título de DISCURSOS.
Quando fez o elogio de Anísio de Abreu, assim escreveu Cristino Castelo Branco: "Seu irmão Areolino de Abreu, de igual valor, teve projeção menor por haver ficado dentro do Estado exercendo suas atividades de médico e de político, revelando-se igualmente orador primoroso, que a todos encantava. Condenava os improvisadores dizendo que nada se deve dizer sem reflexão, muito menos falar em público. Seu discurso no primeiro dia do século, com uma alta visão da sociedade e do mundo, é peça admirável, de beleza rara. Como o irmão, morreu também governando o Piauí".
Areolino figura na Academia Piauiense de Letras como patrono da cadeira 5, ora ocupada por J. Miguel de Matos.
A. Tito Filho, 06/07/1988, Jornal O Dia.
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