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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

O SEMANA

Antônio Lemos foi das maiores vocações de lutador da imprensa piauiense, de coragem exemplar no ardor das campanhas que empreendia. Antônio Lemos, o Semana, como era conhecido, gozou de grande admiração e respeito, pela firmeza com que defendia convicções e pela inabalável posição de defesa dos ideais de liberdade do jornalismo. Nada receava, nem jamais desertou da tribuna de luta.

Colheu-o a morte aos 78 anos incompletos, pois nasceu no dia 24 de novembro de 1889.

Foi, durante alguns anos, guarda-livros de várias firmas desta capital, transferindo-se em 1917, para Floriano, onde fundou o jornal "Cidade de Floriano". Regressou a Teresina em 1921, retornando às atividades contábeis.

Em 1930 criou "A Liberdade", com Leão Marinho e Nonato Marinho, jornal que sustentou luta até a queda do governo de Humberto de Areia Leão. Residiu na antiga Flores, hoje Timon, fundando a "Gazeta de Flores", com os filhos Alberoni e Alborina. Ao tempo da revolução de São Paulo, 1932, foi preso pela policia do interventor Landri Salis, readquirindo a liberdade após 19 dias de encarceramento. Em 1935, ainda com Leão Marinho, fez circular "O Libertador". Surgiu em 1937, sob sua orientação, o "Almanaque Piauiense". Posteriormente, com Alberoni e o irmão Prof. B. Lemos, transformou o semanário "Gazeta" em órgão diário, fechado em 1944, durante o período ditatorial do presidente Vargas. Foi um dos fundadores de "O Pirralho". Passou a residir no Rio de Janeiro a partir de 1949, sempre escrevendo na imprensa de sua terra como correspondente do jornal "A Luta", fundado por Tito Filho, Alberoni Lemos e Fabrício de Areia Leão.

Com a morte de "velho Semana" - o admirável e corajoso Antônio Lemos - perdeu o Piauí uma notável figura de sua imprensa, criador de jornais, fazedor de jornais, conhecedor de todos os segredos das oficinas e da redação jornalísticas.

Ao tempo do 1º Centenário de Teresina, brindou a nossa História com este notável estudo sobre o vigário Mamede, o primeiro sacerdote que celebrou missa na Chapada do Corisco e depois quando da inauguração da igreja do Amparo.


A. Tito Filho, 04/09/1988, Jornal O Dia. 

Um comentário:

  1. Olá, sou O Pedrinho, Pedro Borges de Lemos Filho, neto de Antônio Lemos, querido avô. Bela reportagem e curiosas lembranças! Eu e meu pai e meus filhos ficamos orgulhosos ao lermos esta história!

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