Quer ler este texto em PDF?

domingo, 12 de setembro de 2010

MANOEL FELÍCIO PINTO

A 4 de fevereiro, um sábado, cobriu-se de luto a Academia Piauiense de Letras com o falecimento de Manuel Felício Pinto, circunstância que consternou muito os seus colegas de instituição.

Nasceu ele num sítio do interior, na terra maranhense de Codó, a 15 de janeiro de 1896. Formou-se pela Faculdade de Direito da Universidade de Manaus, o Primeiro centro universitário brasileiro, e na capital amazonense exerceu a sua primeira função pública. Desempenhou cargos de magistratura em comarcas do Amazonas e do Maranhão. No Piauí, foi juiz de direito de União, Jaicós, Miguel Alves, Floriano, Campo Maior, Parnaíba e Teresina. Desembargador do Tribunal de Justiça por merecimento. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral. Dedicou-se a estudos sobre o problema do menor e muito se dedicou à proteção de crianças e adolescentes na presidência, anos seguidos, da Sociedade de Amparo aos Menores Abandonados do Piauí.

De variada atividade intelectual. Jurista de merecido conceito, as suas decisões se apoiavam em estudos sérios e abalizados. Jornalista voltado para estudos sociais e históricos foi copiosa a sua colaboração em jornais e revistas. Escreveu teatro, compondo peça de natureza politica, de conteúdo ligado a II grande guerra mundial. Penetrante crítico literário. Conferencista culto e meticuloso. Poeta, achava gosto no lirismo e concebeu sobretudo sonetos. Publicou "Frutos Verdes e Floresta Lírica" e "O Jardim de Minhas Flores".

Já me encontrava como membro da Academia Piauiense de Letras, quando Felício ingressou no sodalício. Tomou posse em 1966 e tive o prazer d saudá-lo, examinando-lhe a vida e a obra literária.

Sempre me procurava para alguns dedos de prosa, alegre, e eu o ouvia como a um irmão mais velho que não me recusava a graça dos bons conselhos.


A. Tito Filho, 21/02/1989, Jornal O Dia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário