No regime republicano, com a equiparação ao Colégio Pedro II, o Liceu progrediu sensivelmente. Ilustres intelectuais o dirigiram e conseguiram resultados benéficos. A partir de 1930, submetiam-se os alunos a severa disciplina, razão de constantes choques entre mestres e estudantes, estes inacessíveis àqueles. Vigorava o principio da infalibilidade professoral.
O velho Liceu, com o passar dos anos, apesar do respeitável corpo docente que possuía, era mal visto pela sociedade em razão das atitudes deseducadas de estudantes, que nada respeitavam. Iniciou-se também o descaso dos professores no cumprimento dos deveres com relação às aulas, a que eles pouco compareciam, feitas as exceções naturais. Esses aspectos negativos desapareceram na direção do professor Wilson Brandão, em 1951.
Entrou no Liceu em nova fase de grande decadência. Somente a partir de 1954, a direção do professor Tito Filho estabeleceu regime de disciplina, ordem, respeito, com o apoio de todas as classes sociais. Organização escolar. Conscientização do estudante para o zelo de suas obrigações. Cuidados especiais com o ensino e com a educação. Aulas diárias de português nas primeiras series ginasiais. Interesse dos pais na aprendizagem e no comportamento dos filhos. Primeiros passos na educação cívica e religiosa. Medidas iniciais de homogeneidade na distribuição por turmas. Rigoroso e honesto exame de admissão.
As direções posteriores mantiveram o alto nível de funcionamento do Liceu.
De uns quinze anos aos dias de hoje o Liceu tornou-se irreconhecível. Deteriorou-se a sua estrutura física. Rendimento quase nulo do ponto de vista educativo. Necessitava de recuperação, de higiene e de segura orientação funcional. À Secretaria da Educação Estadual caberiam as medidas consubstanciadas no projeto de Revitalização do Colégio Estadual Zacarias de Góis. O Secretário, ex-aluno do estabelecimento, João Henrique de Almeida Sousa, entendeu os graves problemas do educandário, deliberou enfrentá-los com a ajuda de dedicados e competentes auxiliares, a fim de que se recuperasse, nos aspectos físico, pedagógico e administrativo, o querido patrimônio de muitas gerações.
A. Tito Filho, 05/09/1989, Jornal O Dia.
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