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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

NORONHA

Nasceu em Teresina, 1904, e faleceu em Paris, de regresso de viagem a Rússia, China e Japão. Os seus restos mortais foram sepultados no Brasil. Pais: Joaquim Antônio de Noronha e Amélia Costa de Noronha. Formado pela Faculdade Nacional de Engenharia do Rio de Janeiro. Grande técnico, projetou toda a estrutura de concreto do Arsenal da Marinha (Ilha das Cobras). Tinha também a criatividade do artista. Calculista, escritor. Mestre admirado, simples, querido dos estudantes. Seus métodos de ensino foram adotados em faculdades do país. Exerceu a cátedra, conquistada em concursos brilhantes, na Faculdade Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil, na Escola Politécnica da Universidade Católica do Rio de Janeiro, na Escola Técnica do Exército, na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil. Participou de concursos, como examinador, nas Universidades de São Paulo, Paraná, Bahia, Recife e Minas Gerais.

Obras mais importantes publicadas: "Fundações Comuns de Concreto Armado", "Métodos dos Pontos Fixos", "As Pontes em Quadro de Aço e de Concreto Armado", "Curso de Estabilidade das Construções" e "Curso de Pontes e Grandes Estruturas". Numerosos trabalhos técnicos foram inseridos em revistas especializadas.

Com devotamento e elevado sentido cívico, desempenhou cargos de relevância, dentre os quais: engenheiro-construtor de estruturas da Companhia Siderúrgica Nacional, engenheiro estrutural da Companhia Nacional de Álcalis, presidente da Companhia Brasileira de Concreto Protendido, presidente da Associação Brasileira de Pontes e Grandes Estruturas, presidente da Comissão de Estruturas da Associação Brasileira de Mecânica de Solo, membro da Associação Rodoviária do Brasil, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro, chefe do Departamento de Estruturas da Escola Nacional de Engenharia da Universidade do Brasil.

A sua grandeza mental e espiritual mereceu inúmeras homenagens. Doutor honoris causa pela Escola Politécnica Federal de Zurich (Suíça), membro-correspondente da Academia de Ciências Físicas e Naturais de Buenos Aires. Deu-lhe o Brasil a Ordem do Mérito Militar. Há, no Rio de Janeiro, no bairro das Laranjeiras, o "Viaduto Engenheiro Noronha". Participou da equipe que calculou o Estádio Maracanã. Conquistou prestígio internacional pela cultura, pela obra realizada, pela fértil inteligência.

A poetisa Nerina Castelo Branco salientou que "o nome de Alves de Noronha é, hoje, patrimônio universal. Deixou de ser do Piauí e do Brasil para pertencer ao mundo. Por ele falam obras de portes majestosos e difíceis reproduções porque o mestre Noronha - agora desaparecido - deixou lacuna impreenchível na esfera de alta matemática e da técnica categorizada das grandes estruturas".

Tinha o nome completo de Antônio Alves de Noronha.


A. Tito Filho, 02/09/1988, Jornal O Dia.       

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