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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

AINDA FOLCLORE

Referem-se os folcloristas ao folk-tale, estudo dos mitos, contos e lendas tradicionais. A literatura se povoa de muitos contos e romances e de personagens da vida real enfeitados pela imaginação popular. As comunidades sustentam que o povo aumenta, mas não inventa - e as estórias recebem acréscimos guardando, porém, a essência da verdade. A fantasia dos lobisomens nasceu de episódios verídicos. Ninguém ainda se deslembrou do padre que virava bicho e de noite pulava no meio da estrada para assaltar mulheres com fins libidinosos. Uma destas, corajosa, enfrentou a visagem e deu-lhe segura facãozada. Descobriu-se depois que o vigário tinha um braço decepado.

Não cabe aqui estabelecer diferença entre mito, conto e lenda, mas dar a esta a característica de provir da concepção popular em torno de acontecimentos, de heróis, de individualidades famosas. As lendas se apóiam em fatos e pessoas tradicionais, que passaram de geração a geração, modificando-se.

No Brasil, figuras históricas participaram do folclore, e entre outras cumpre salientar Ana Jansen (Maranhão); Manuel de Sousa Martins (visconde da Parnaíba), Luís da Carlos Pereira de Abreu Bacelar (Luís Carlos da Serra Negra) no Piauí; Dona Beja e Xica da Silva (Minas Gerais), Amadeu Bueno (São Paulo), dos quais se espalham gestos e atitudes às vezes oriundas da interpretação popular.


A. Tito Filho, 15/12/1988, Jornal O Dia.   

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