Quer ler este texto em PDF?

terça-feira, 5 de outubro de 2010

CELSINHO

Nasceu e faleceu em Teresina (17.2.1914-23.2.1974). Pais: Celso Pinheiro e Liduina Mendes Pinheiro. Curso primário no Grupo Escolar Teodoro Pacheco e o secundário no Liceu Piauiense (hoje Colégio Estadual Zacarias de Góis). Aos 17 anos, ingressou no Exercito Nacional, servindo no 1º Batalhão de Engenharia, Vila Militar, Rio. Participou da revolução de São Paulo (1932), no lado das forças do governo. Recebeu elogios. Promovido a sargento. Bacharel pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro (1942). Casou-se em 1943 com Maria Rosa Pinheiro. Em 1945, ingressou no Partido Social Democrático, organização política de que chefiou a Secretária da Comissão Diretora Nacional. Oficial de gabinete de ministro do Trabalho no governo Eurico Gaspar Dutra. Em 1946, prefeito de Teresina. No ano seguinte, delegado regional (RIO) de Serviço de alimentação da Previdência Social. Oficial de gabinete do governador do território do Guaporé, hoje Rondônia (1948), prefeito de Porto Velho (capital), secretário-geral do governo e governador interino várias vezes. Em 1950, retorna ao Piauí para as lutas da advocacia e a pesquisa histórica. Historiador ilustrado. Organizou a obra literária de vários escritores piauienses mortos, num esforço cansativo e tenaz.

Publicou "História da Imprensa no Piauí", trabalho de fôlego, e estudos sobre Hermínio Castelo Branco, José Coriolano de Sousa Lima e Teodoro Castelo Branco, grandes poetas piauienses, depois do seu falecimento, publicou-se "Soldados de Tiradentes", história da Policia Militar do Piauí, obra que a sua filha Lina Celso Pinheiro completou.

Recebendo-o na Academia, sessão de 19 de julho de 1973, o acadêmico Odilon Nunes afirmou: "Assim, Celso Filho escreve história fazendo história, pois sua contribuição vem enriquecer a historiografia piauiense, a que se incorpora de modo definitivo".

A seu respeito, em homenagem fúnebre, assim se expressou o acadêmico Celso Barros Coelho: "A quem o observa na tortura dos seus membros encolhidos, parecia que a sua imagem crescia à medida que o corpo definhava. Era uma imagem através da qual se escondia o sofrimento para poder revelar tão somente o que realmente são estava naquele corpo: a alma disposta a compreender, o coração batendo pelas dores do mundo e o espírito inclinado a perdoar em nome da humanidade. Quem assim vivia não podia, ao morrer, senão conservar a postura de um santo, em cuja compassividade estava o retrato fiel da vida pautada pela resignação e pela renuncia".

Celso Pinheiro Filho foi um dos mais acatados e cultos advogados no Piauí.

Muito o conheci e estimei. Ao tempo da prisão dos comunistas, Celsinho, como afetivamente era tratado, padeceu torturas sem conta que o aleijaram. A principio ainda conseguia caminhar com dificuldade. O passar dos anos tiraram-lhe completamente os movimentos das pernas. Tornou-se paralítico, mas sempre de animo forte e corajoso. Deu grande incentivo à pesquisa histórica no Piauí.


A. Tito Filho, 12/08/1988, Jornal O Dia.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário