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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

ANÍSIO - I

Nascido em 1863, em Teresina. Formado pela Faculdade de Direito do Recife (1885). Promotor público de Parnaíba (PI), juiz municipal dos termos reunidos de Piracuruca e Batalha (PI), juiz de casamento de Teresina, chefe de polícia do Piauí, deputado da Assembléia Estadual do Piauí. Deputado federal a partir de 1894, eleito duas vezes. Em seguida, senador da República, mandato que deixou para assumir o cargo de governador do Piauí (1-7-1908), neste permanecendo até o dia do falecimento (6-12-1909). Como chefe do Poder Executivo elaborou e encaminhou à Assembléia sério e notável programa de governo, notadamente relacionado com a reforma do ensino - programa que, infelizmente, não pôde executar.

Poeta, jornalista, político, jurisconsulto, orador parlamentar.

Salienta João Pinheiro ("Literatura Piauiense") que quase todas as produções literárias de Anísio pertencem a fase acadêmica, em que ele, ao lado de Martins Júnior, Clóvis Bevilaqua, Fausto Cardoso e outros, tanto se distinguiu na imprensa literária, filosófica e politica. Faz, em seguida, o resumo de suas produções: "Íntimos", versos elogiados por Tobias Barreto, integrantes do livro "Três Liras", poesias com a colaboração de Joaquim Ribeiro Gonçalves e Antônio Rubim (1882); "Micógrafo", folheto sobre a abolição da escravatura, elaborado com César do Rego Monteiro (1882), "Ciência e Teologia", ensaio de poesia filosófica, que apareceu por ocasião da luta entre Tobias Barreto e o clero (1883); "Carta ao Conselheiro João Alfredo Correia de Oliveira", sobre o problema da escravidão; "O Escravo", poema abolicionista, não concluído, com fragmentos publicados em "Folha do Norte"; "Um crime de infanticídio", romance, de parceria com César do Rego Monteiro, Clóvis Bevilaqua, Pereira Simões, Faelante da Câmara e Martins Júnior, publicado no jornal "Folha do Norte".

Escreve ainda João Pinheiro: "Além dos trabalhos já mencionados, existem ainda de Anísio de Abreu: Discurso pronunciado na sessão de 30 de outubro 1894 (1895); Discurso pronunciado na sessão de 23 de novembro de 1895 e Reforma Judiciária, Discurso pronunciado na Câmara dos Deputados (1901), Alguns trabalhos parlamentares (1903) e vários discursos parlamentares publicados em volume por seu digno irmão Dr. Areolino Antônio de Abreu”.

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Sobre a poesia de Anísio por esta forma se manifestou Higino Cunha: "A Carta ao Conselheiro João Alfredo e a Ciência e Teologia, em versos alexandrinos, são verdadeiros monumentos imperecíveis da sua glória olímpica na pugna pelos ideais de liberdade e saber. O seu lirismo é doce, espontâneo, apaixonado e mimoso. No poema O Escravo, de que restam apenas alguns fragmentos, deparam-se descrições de cenas campestres objetivas e realistas, aspectos exuberantes da nossa natureza tropical, dignos das penas dos melhores mestres".


Juvenal Pacheco assinala a admirável atuação de Anísio na Câmara dos Deputados: instrução superior e secundária, imigração e colonização, terras devolutas, estado de sitio, adiamento do Congresso, questões econômicas e financeiras, discriminação das rendas, impostos sobre a renda e interestaduais, liberdade de imprensa e anonimato, reforma judiciária - "nos mais difíceis e momentosos problemas de ordem politica, econômica, social e jurídica - a sua colaboração está assinalada de um modo proeminente e brilhante".

Chamou-se Anísio Auto de Abreu.


A. Tito Filho, 13/07/1988, Jornal O Dia.  

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