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sábado, 9 de outubro de 2010

FÉLIX - II

Sinceramente admirável a atividade de Félix Pacheco em vários setores da vida pública e impressionante as honrarias que mereceu, como se vê do seguinte:

O diplomata. Jornalista de mérito insofismável, Félix foi também um notável parlamentar e estadista. De 1922 a 1926, exerceu o alto cargo de ministro das Relações Exteriores. Logo no primeiro ano, traçou largo programa de definição da politica exterior nacional. No quadriênio, aumentou o nosso conceito no mundo, liquidou as ultimas questões de limites, regularizou relações mercantis e aduaneiras. O Brasil tornou-se intérprete do Continente. Muito se fez pelo pan-americanismo. Melhoraram-se as relações do Brasil com todos os países. Houve nova política comercial. Participou o país de importantes conferências internacionais. Os quatro anos de Félix foram dos mais fecundos no Itamaraty. Basta relembrar os episódios mais importantes de sua atividade: a Conferencia de Santiago (1923), o protocolo de limites com a Bolívia e a Ata de Washington.

Atividades administrativas. Félix exerceu o cargo de diretor do Gabinete de Identificação e Estatística do Distrito Federal (Rio de Janeiro), que ele remodelou, renovando-o cientificamente. Introduzindo no Brasil o sistema finger prints, com a classificação de Vucetich, fato que lhe valeu excepcionais homenagens. Ligou o nome à obra das pesquisas e ao processo de identificação no país. No Rio, o célebre Instituto Félix Pacheco lhe perpetua o nome.

Honrarias. Doutor de rite pelo College of Journalism, Political, Sciences & Languages de West Virginia; Oficial da Ordem Militar de São Tiago da Espada (Portugal); grande oficial da Ordem de Leopoldo II (Bélgica); Grã Cruz da Ordem de Cristo (Portugal); Grão Cordão da Ordem de Simon Bolívar (Venezuela); Grã Cruz da Real Ordem de Isabel, a Católica (Espanha); grande oficial da Ordem Nacional do Condor dos Andes (Bolívia); Grã Cruz da Ordem de Dannebrog (Dinamarca); Grã Cruz da Ordem da Coroa (Itália); Grã Cruz da Ordem do Sul (Peru); Grã Cruz da Ordem Nacional do Mérito (Equador); Cruz de Benemerência do Vaticano.

Sócio honorário da Associação Comercial (Rio), membro do Conselho da Fundação Osvaldo Cruz, sócio benemérito do Jóquei Clube (Rio), benemérito da Sociedade Amigos do Brasil da Dinamarca, sócio do Instituto Histórico Brasileiro e de várias associações congeneres dos Estados.

Pertenceu a Academia Brasileira de Letras.


A. Tito Filho, 14/10/1988, Jornal O Dia.

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