Nascido em Jerumenha (PI), 1842, e falecido em São Luís (MA) em 1884. Sacerdote erudito, escritor, jornalista combativo, polemista vigoroso, eloqüente orador sacro. Foi vigário da igreja de N.S. das Dores, de Teresina. Em são Luís exerceu as seguintes funções: vice-reitor do Seminário Menor, professor de história sagrada e eclesiástica no Seminário de Santo Antônio, professor de filosofia do Liceu Maranhense, um dos fundadores e diretor do Colégio da Imaculada Conceição, capelão do Exército.
Na capital maranhense dirigiu "A Nação", em cujas colunas sustentou combates contra o sopro renovador da chamada Escola do Recife, a cuja frente se encontrava Tobias Barreto. Quando ainda em São Luís , Manuel de Bittencourt e Aluísio de Azevedo fundaram o jornal "O Pensador", para a propaganda das novas idéias, o cônego criou o órgão "A Civilização" e desfechou ataques violentos contra o que ele chamava de onda de impiedade. Os seus artigos eram transcritos no "Diário de Pernambuco", do Recife. Tornou-se terrível contra Tobias - adversários dignos um do outro, da forma que escreveu Carlos Porto. Redigiu também o jornal "A Fé". A sua produção jornalística aparecia sempre assinada com o pseudônimo de Matias de Albuquerque.
Quando seminarista publicou folheto refutando a obra de Pelletan ("Le Monde Marche"), mas recolheu a edição posteriormente. De colaboração com o cônego Raimundo da Purificação dos Santos Lemos editou "Seleta Nacional", 1º volume de curso de estudos, dividido em três partes: primeira, "Leituras Várias" (antologia de escritores portugueses e brasileiros); segunda, "Seleta Literária" (notícias de alguns maranhenses ilustres); e terceira, "Parte Histórica" (revolução maranhense de 1864, costumes indígenas, princípios de história natural, noções de agricultura, preceitos de civilidade, resumo da história universal e do Brasil).
"Era a maior figura do clero do Norte e um dos mais conspícuos sacerdotes brasileiros" - Graça Aranha.
"Polemista vibrante e temido, quando os padres brasileiros foram atacados pela sátira irônica e cortante do grande sábio sergipano Tobias Barreto, Fonseca, até então desconhecido e nimbado na auréola de sua natural modéstia, pois vivia obscuramente num dos recantos do Norte, enfrentou-o com ânimo varonil, entretendo então com o fogoso publicista e filósofo polêmica sobre cousas religiosas, sociais e políticas, a qual impressionou todo o país, abalando-o de norte a sul. Latinista profundo, dizem que fizera Tobias emudecer, dando-lhe uma lição de mestre, revelando-se um dos maiores sabedores da língua cientifica por excelência". – Pedro Britto.
"Extraordinário orador sacro, intensamente culto, virtuoso, sóbrio, o padre Raimundo ocuparia todos os cargos e dignidades, sem jamais contaminar-se de vaidades ou vanglórias. Ninguém lhe conhece uma mesquinharia, uma humana fraqueza que lhe desviasse, por um minuto sequer, da trajetória rígida a que se impusera, como uma flagelação" – Carlos Porto.
A. Tito Filho, 24/04/1988, Jornal O Dia
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