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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

COMUNISTAS - I

A chamada intentona comunista de 1935, liderada por Luís Carlos Prestes, fracassou. No país passou a vigorar o estado de sítio, medida constitucional que suspendia certos direitos políticos e individuais. Indicado pelo Tribunal de Justiça, o presidente Getúlio Vargas nomeou juiz comissionado, no Piauí, para ouvir acusados, o juiz de direito de Teresina José de Arimathéa Tito, meu pai, que a 10 de dezembro assumiu o exercício das funções, designando como auxiliares o escrivão Vicente de Paula Soares e o oficial de justiça Manoel Belisário dos Santos. Nesse mesmo dia o chefe de Polícia, desembargador Cromwell de Carvalho mandou apresentar ao magistrado 30 cidadãos, detidos no quartel da Força Pública por ordem do governador Leônidas Melo. O ofício de apresentação declarava sumariamente os motivos da prisão de cada um: atividades comunistas. Eram eles: Odonel Leão da Rocha Marinho, José Vicente Murineli, João Vieira de Farias, João Câncio da Silva, Amador Vieira de Carvalho, Wilson Romão Leite, Sakustiano Gomes da Costa, Miguel Ferreira Lima, Manuel Luciano de Morais, Domingos Rodrigues do Nascimento, Celso Coutinho, Francisco Fernandes de Sousa, Mário da Silva Lins, Raimundo Ferreira Magalhães, José de Ribamar Ramos, Alberoni Lemos, Aldi Mentor Couto de Melo, Mário Barreto dos Reis, Oscar Duarte, Antonio Alves Tavares, Antonio Neuson de Andrade, José Pereira de Sousa, Oscar Lima, Francisco Peixoto da Mota, Manuel Gonzalez dos Santos, José Melquiades Rodrigues, Manuel Melquiades Rodrigues, Joaquim Melquiades Rodrigues, Raimundo Alves Rodrigues e tenente Antonio Teixeira e Silva.

A 17 de dezembro, o chefe de Polícia mandou ao juiz mais 14 acusados, detidos na cidade de Parnaíba: Luís Carvalho da Silva, José Lourenço Barbosa, Manuel Bernardo de Sousa, José Borges Filho, Antonio José da Silva, José Nonato, Plácido de Sousa, Luis de Sousa, Francisco Batista Vieira, Lourenço Machado de Sousa, Pedro Mendes da Silva, Sebastião Alves Passos, Roberto Pereira da Silva e Raimundo Chagas Pinto.

Dia 2 de janeiro, um quarto ofício da autoridade policial apresentava mais 7 detidos em Parnaíba: José Pereira de Sousa, Francisco do Carmo e Sousa, Benedito Rodrigues de Brito, Aureliano Marques da Silva, Antonio da Costa Morais, Félix Lopes de Barros e Francisco Sampaio de Araújo.

A 4 de fevereiro mais 3 de Parnaíba: Raimundo de Andrade Jucá, Deocleciano Ribeiro da Silva e Mariano Rodrigues de Brito, vulgo Raimundo Melquiades.

Muitos dos acusados eram apenas comunistas de ideal.

Em seguida, veremos as providências adotadas a respeito desses homens sacrificados injustamente.


A. Tito Filho, 25/09/1988, Jornal O Dia

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