Desde frangote, aprecio a boa leitura de romances nacionais e portugueses. Novinho, li "A Moreninha", do Macedo, e a obra completa do José de Alencar. Muito boa a coleção SIP, de aventura e amor, cada volume custava dois mil réis. Nunca esqueci o heroísmo do pessoal de "A Patrulha da Madrugada". Nesse tempo Júlio Verne estava na moda. Tomei-me de entusiasmo com a sua ficção maravilhosa. Não perdi uma publicação da série "Terra-Mar-e-Ar", estórias em terras distantes. Pratiquei leitura de Tarzan, criado pela poderosa imaginação de Edgar Rice Burroughs, e pratiquei-a de fio a pavio.
Ainda leio muito. De vez em quando uma obra de estudo, para ver se me é possível compreender os meus companheiros de indagação. Já creio muito pouquinho em cousas sérias, principalmente no Brasil de muita pobreza e gente gastando a rodo nas butiques e nos motéis.
Li agora um livro cheio de verdades, escrito por Michael Novak, em homenagem a Carlos Rangel, Mario Vargas Llosa e a todos os que trabalham, incansavelmente, na América Latina, pela liberdade.
Aqui no Brasil, quantos se sentem perplexos e até acuados ao trabalhar pela liberdade, sem alinhar aqueles que pregam a OPÇÃO PELOS POBRES através da violência e da tirania?
Em nome da libertação do povo, alcançaram e estão suas liberdades básicas, mantendo "nações inteiras em condições de escravidão, o que é indigno da humanidade", confirma a Congregação da Doutrina da Fé, de Roma. "Aqueles que, talvez inadvertidamente, se tornam cúmplices de semelhante escravatura, atraiçoam os próprios pobres que dizem querer socorrer".
Teólogo cristão dos mais respeitados no mundo inteiro, Novak esteve no Brasil recentemente e aqui estabeleceu contatos com vários membros da corrente que quer a liberdade pela revolução. Novak soube escutar e contra-argumentar, calmamente, quase com doçura quando, em assembléia, lhe cortaram o direito de falar.
Autor, diplomata e teólogo Michael Novak ocupa a cadeira de George Frederik Jewett, Religião e Política Pública, no American Enterprise Institute, em Washington DC. Em 1981/82, serviu como chefe da delegação americana à Conferencia de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra. E em março de 1986, foi nomeado chefe da delegação americana à Reunião de Peritos sobre Contatos Humanos, na Conferencia de Segurança e Cooperação, na Europa. Foi, também, assessor presidencial de Ford, Carter e Reagan.
Depois de completar seus estudos de teologia na Universidade Gregoriana, em Roma, e na Universidade Católica da América, Michael Novak, recebeu o grau M.A. em História e Filosofia da Religião, na Universidade de Harvard. Tem mais 20 livros publicados.
Esteve no Brasil em 1985, para uma série de palestras e para o lançamento do seu livro "O Espírito do Capitalismo Democrático", também editado pela Nórdica.
SERÁ A LIBERDADE? É o apoio espiritual que faltava aos brasileiros, verdadeiramente empenhados em libertar os pobres da miséria em que vivem, e da escravidão que os ameaça.
A. Tito Filho, 23/04/1988, Jornal O Dia - p. 4
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